sexta-feira, 15 de maio de 2009

URBANIDADES

Urbanidades/Luis Silveira

Este mar pesado e escuro é a morte,
e além, renuncia o céu à claridade.
Em silêncio, a balsa é a cidade
à deriva, irmã dum sol com igual sorte.

Será nortada? Às vezes, o vento norte
ilude os mareantes com tal habilidade
(seja por capricho ou por maldade)
abrigando brisas de ameno recorte.

E quando a claridade soçobrar,
outras ciências guarda o mar,
dissimulando a onda, insinua, seduz.

Eis por que há quem veja a luz
duma tímida manhã a despontar
onde outros já se deixam naufragar.

Sem comentários:

Enviar um comentário