domingo, 24 de maio de 2009

CAVALOS

Meu Caro Luis Silveira, afinal foram oito e não sete os sonetos que aqui publiquei a propósito de outros tantos quadros teus. O lapso estará a montante da aritmética, penso eu...
Contudo, ainda te quero fazer uma surpresa: há um nono soneto que não conheces. Ei-lo:

Luis Silveira/Cavalos-pastel sobre papel




Competem com o vento, contra o tempo
por impulsos de sangue e de aventura.
Galopam por essência e temperamento,
aliam o momento à presteza pura.

As crinas encrespadas, soltas ao vento,
são, a bem dizer, como uma assinatura
da liberdade que no trote, lentamente,
se funde com a arte dedicada na gravura.

Este é o corcel altivo em figura,
que não tem destino ou meta em vista
e lhe rogo, que por tudo não desista.

Outros querem a glória e a ovação;
o seu limite, o músculo, a exaustão:
isso é quem os monta que o procura.







4 comentários:

  1. Os cavalos...
    "Competem com o vento contra o tempo"

    E nunca desistem...

    Admirável!

    Cumprimentos

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  2. Da inspiração e da Alma ansiosa
    surgiram pinceladas e traços
    que um dia Um Poeta
    lhes deu o Palco das palavras.

    a vida é feita de experiências
    e de partilhas também.

    e de surpresas

    foi uma Honra
    Obrigado João Teixeira

    grande Abraço
    Luis Silveira

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  3. Se os Pais do Luís cá estivessem, ficariam babados pelos "bonecos" lindos que o filho traça e pinta. E ficá-lo-iam mais ainda por J. de Sousa Teixeira lhes acrescentar a palavra desenhada na flexibilidade da imagem e no rigor com que os disseca para nós.
    Mas como os Pais já cá não estão... Sei eu da "essência e temperamento" que sempre fizeram galopar esse corcel de nome Luís, o meu "irmão mais pequenino" (afinal cresceu!!).
    Obrigada!

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