quinta-feira, 14 de maio de 2009

MANCHA URBANA

Mancha Urbana/Luis Silveira

Praças, ruas, avenidas e vielas;
antenas, telhados, muros e casas;
tintas, meias tintas, aguarelas,
e lá se vai o meu par de asas…

Candeeiros, lâmpadas e brasas
fluorescentes e também velas
perfiladas em acção de graças,
caminhando em linhas paralelas.

Andaimes, vigas, a urbe cresce
e explode, grita, quando amanhece
em geométricos canteiros.

Esquadros, réguas, prumos, pregos,
são agora arquitectos cegos
em torvelinho, como bichos carpinteiros…

2 comentários:

  1. Creio que Cesário nunca escreveu sonetos; porém,as suas quadras em alexandrinos exactos ter-nos-ão influenciado a todos. Quando as "influências" ou convivências são boas, o resultado do trabalho é bom.
    Gostei deste soneto de métrica variável, mas com muito Cesário dentro.
    E também da tela.

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  2. Tão bonito!
    Cheio de misicalidade e harmonia...

    Saudações!

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