terça-feira, 19 de maio de 2009

AVENIDA DA LIBERDADE

Luis S ilveira/Avenida da Liberdade


O passo que me apressa pela cidade,
segue e passa, deveras tão apressado.
É o preço de passar sem ter passado
e ficar preso na própria liberdade.

Alongo o traço, invento a realidade,
ensaio o voo e vou de lado a lado:
há gente em casa? Tudo tão calado…
quem me acode aqui, quem há-de

soltar-me o passo, que já tropeça?
Paro já. Posso, sem querer, ir de cabeça
e lá se vai a invenção do traço.

Em limite, a avenida é um terraço
onde o olhar se eleva para o espaço
e vê nascer o mundo a toda a pressa.

1 comentário:

  1. Delicioso!Lindo!

    A aliteração é perfeita...Põe música nas palavras.

    Obrigada!

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