sexta-feira, 8 de maio de 2009

ESPERAS

Foto de J.Filipe Bacalas - Olhares - Ilha da Armona


CÚMPLICE DE MIM


Uma pétala de cravo ou uma urze?
A margem de um rio onde
eu te espero ou tu me esperas,
a que tempo a espera corresponde?

Se todo o tempo é habitado
e o tempo vazio não responde,
que eco tem a longínqua espera,
a que tempo a espera corresponde?

Teremos naufragado nesse rio?
Sucumbido a que maré ou onda?
Que tempo é o tempo ausente,
a que tempo a espera corresponde?

Por fim, a desmedida lágrima,
capaz de ser futuro rio, responde:
- basta de esperas passadas,
a que o tempo da espera corresponde!
(inédito)

2 comentários:

  1. Há sempre um tempo para amar, sentir, sonhar e sentir que estamos Vivos.

    Mário

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  2. Gostei deste teu poema entre esperas e cumplicidades.
    Nem sempre é fácil responder a esse tempo, ao tempo a que a(s) espera(s) corresponde(m).
    Sobre pétala(s) de cravo ou urze fizeste-me lembrar os versos que te deixo


    **Flor do Campo IV **

    Mais que o querer falar (te),
    das flores peço o teu perdão.
    Pelo tempo de alvos e puros,
    esses, os cravos, em tua mão.

    Hoje são, vindas de longe,
    outras cores ou ilusões, luz
    feita sonho de urze, no verso
    um tempo novo, em ti, seduz!
    (16 Nov. 07)

    Que o tempo das esperas possa dar lugar a um tempo novo, sempre.

    Um Abraço,
    MJ

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