terça-feira, 5 de maio de 2009

MARÉS DE AMOR

Foto de Liliana Sezões

FLOR DAS FLORES



Há em ti choro de plátanos e de rosas,
doendo em cada lágrima vertida:
olhos de amêndoa lisa, cristais de vida,
raiando nas madrugadas mais frondosas.

Só de perto se distingue o amarelo das mimosas;
pequenos sóis em cachos, pendendo a vida
das minhas mãos suspensas, negando a despedida.
Só de perto se distingue o amarelo das mimosas.

Que pode um cravo apenas branco,
da imensa e tão breve primavera, quando
mil flores colorirem o chão a aguarela?

Enquanto não cativar e for cativo,
jardineiro de jardim onde não sirvo,
regarei, lágrima a lágrima, a flor mais bela.
(inédito)

1 comentário:

  1. Gostei deste soneto, nomeadamente do último terceto.
    Eu que vivo e sirvo, no meu jardim Cativo.
    Sábado, na Casa da Cultura, lançamento do livro "PALAVRAS DE VIDA", que é uma compilação minha, de poetas populares de Santa Iria.
    A obra é da responsabilidade da Junta de Freguesia.
    Abraço,
    Manuel

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