A tentação do aparador ainda hoje persiste:
a campainha do galheteiro era irresistível
e como ouvir aquele trim-trim de bicicleta
sem que a minha avó desse por isso?
A missão era ingrata, impossível,
Excepto aos meus ímpetos de menino…
De um lado do guarda-loiça havia copos e chávenas,
que só de tempos em tempos tinham serventia,
mas do outro estava o galheteiro e a sedutora campainha
exposta à imaginação de como tocá-la e ouvi-la
sem que os demais dessem conta.
Este princípio de vida permaneceu até hoje:
como fazer o impossível, como?
E o impossível ali, a dois passos, guardado no aparador.