quarta-feira, 9 de agosto de 2017

CASA MORIBUNDA

Aguarela de Jacek Krenz

Contigua ao Arco, onde se sentam as duas mulheres, há uma velha casa em ruínas. O que resta dessa casa é a dor que sinto ao passar pelo Arco do Bispo.


Esconde-se a casa na muralha
(encostada ao arco, por esmola)
além,  a Praça, o museu, a escola
e aqui se encobre o que atrapalha.

E que vergonha tem a pobre casa
andrajosa, como indigente criatura,
três barrotes pregados à cintura,
o que já não adianta nem atrasa.

Solene, de emblema na lapela,
este sem mancha nem mazela,
evoca ainda o bispo padroeiro.

O venerável arco, sobranceiro,
faz pose ao turista a tempo inteiro,
a casa é que ninguém quer saber dela.