O admirável pardal,
que sem andar não se atrasa,
faz ninho no meu quintal,
ganha o céu num golpe d’asa.
Pula, gracioso, saltita
e, sem se cansar jamais,
torna, esvoaça, debica,
que o primeiro é dos pardais.
Cinza é a cor; não a vida,
para ele prova de fundo,
dia a dia, sem guarida
ganha a rua e ganha o mundo.