quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

SEGUNDO A CRÓNICA



A ideia de que cada um fala por si, faliu. Hoje, é cada vez menos isso e cada vez mais o eco de outros que nos asseguram que assim é.
Sem a necessidade constante de ressarcir direitos de autor, basta seguir o rasto, segundo as fontes bem informadas.
Assim se pode debitar que aumentam os crimes violentos, os de colarinho branco, os roubos por esticão, o consumo de drogas e a corrupção, segundo as autoridades policiais. Aumenta a inflação, o desemprego e os índices de pobreza, segundo as estatísticas. Assim como os combustíveis e os impostos sobre veículos não tardarão, segundo Vítor Constâncio.

Segundo a imprensa, nenhum dos ministros cessantes solicitou o fundo de desemprego ou qualquer outro subsídio para sustento familiar. Há mesmo alguns que não decidiram o que fazer, face às opções disponíveis, e outros que vão de férias reflectir sobre o que muito bem entenderem. Pelos vistos, acompanhados de muito boa gente privilegiada, a quem sobraram uns tostões para as férias de Natal, segundo as agências de viagens.
O povo, no entanto, precisa mais de reality shows e de conversa fiada que de pão para a boca, segundo as televisões. Segundo o Necas isto paga-se, mas não é tempo ainda de enxergarmos tal desfecho.
E por que carga d’alhos os portugueses, não os ingleses, não os alemães, não os franceses, mas os portugueses, dizem, são o quarto povo mais xenófobo da Europa, segundo inquérito promovido por um qualquer organismo europeu? Que raio de perguntas levaram a tal conclusão?
Belmiro de Azevedo é o 378º. mais rico do mundo, segundo as contas que alguém fez e está interessado em que nós saibamos.
Doce é o sono de quem serve, quer seja pouco quer muito o que ele come; mas a fartura do rico não o deixa dormir, segundo Eclesiastes.
Aumenta a fé, segundo a Fé.