terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O NOSSO MAL É FOME




Os teus olhos despem-me e insinuam
por exemplo:
por aqui passa a água das marés…
sei que é errado, mas de momento quisera apenas saber
se era ariano, arianíssimo, o inventor
das bolas de Berlim
e desdenho os teus impulsos.

Quando sou eu, dedilhando o teu decote e a minha mão
balança já,
lembras-me de fomes e desculpas antes que aos lábios
um sorriso aflore
e queres que saiba se os mil folhas
são a obra-prima do mais guloso dos burocratas.

Assim se desvanece o dia,
o brilho elementar da madrugada,
a nossa espera.
Logo hoje que foi divulgada a estatística
de quantos pastéis de belém/tempo de mandato
comeram os senhores presidentes da república

e deu empate