terça-feira, 30 de junho de 2009

LUIS SILVEIRA/AUTO-RETRATO



No desdém da tela onde aparece
caricatural no traço e na vontade
de omitir o que afinal esclarece
na feição austera da realidade.

Eis como ele se nos oferece
ou esconde para a eternidade:
linear, pálido, como se quisesse
mentir de si toda a verdade.

Há ainda o breu donde provem
o fulgor alado da trama inocente
que a tudo cede e deixa. Porém,

esse, que é místico e se consente;
fere de morte e arrasa com desdém
o que tem por sorte e mais conveniente.

5 comentários:

  1. Gosto deste soneto. Do pouco que conheço do Luís, às vezes parece-me esfíngico. A sua presença interpela-nos.
    E tu também.

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  2. Como deve ser difícil fazer um auto-retrato. Tanto na pintura, como nas palavras... Será que nos vemos exatamente como somos? Imterpretar "o outro" é sempre muito mais fácil...
    Belo soneto, João.
    Abraços

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  3. Bom dia!

    Concordo com a Nydia, em pleno.
    Os julgamentos que fazemos de nós estão quase sempre "viciados". E o pior é que raramente temos consciência disso.
    Agora o soneto - Irrepreensível, lindo!

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  4. Do auto-retrato o retrato nas palavras escritas. O que um não "diz" ao outro n~eo é conveniente "desvendar".

    Muito bonito o soneto, João.

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  5. FOI FÁCIL

    CHEGAR...AQUI!...

    Um beijo
    ARTE



    Poesia…Arte….Pintura…
    Os meus amores…
    Um triangulo que me faz feliz…
    E com eles me sinto bem
    Pois aqui…esqueço-me do mundo…

    Aqui… neste recanto…
    Entre paleta, tintas e pincéis…
    Vou pincelando e vou pintando…
    E vou desenhando o teu rosto…

    Rosto cansado, mas amado…
    Que está retido no meu pensamento,
    E pincelando e pintando…
    Vou-te imaginando e amando…

    E o Artista desenha e pinta…
    E sente loucura…de poder pintar e desenhar,,,
    E sentir lado a lado… a Arte e o Amor!...






    Lili Laranjo

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