segunda-feira, 15 de junho de 2009

(EN)CANTOS DE CASTELO BRANCO

Todavia, é bem possível que tenha feito já alguns versos de ouro…
(vaidades minhas) quando escrevi sobre a minha Castelo Branco.
Em Outubro de 1991 editei uma plaquete com nove poemas sobre
a cidade onde nasci.
Sob o título (Em)cantos de Castelo Branco, composto e impresso
na Tipografia Semedo, com o patrocínio da Câmara Municipal e o
empenho, fundamental, do Dr. Ernesto Pinto Lobo
-falecido em 21 de Abril de 2000- meu professor e amigo, a quem
quero prestar de novo justa homenagem.

As fotos que ilustram os textos anunciados foram recolhidas dos
seguintes endereços:
http://castelobrancocidade.blogspot.com/
www.cm-castelobranco.pt/
Acresce ainda o facto da capa ser da autoria de Rui Monteiro e que
lá não consta, por lapso meu.
Prefaciavam esta plaquete dois versos de Eugénio de Andrade:
Nas águas rumorosas da memória
Contigo acabo agora de nascer.

O PASSEIO

Quando vem Julho e Agosto e te vejo abertas as janelas
e nos peitoris tanta gente a sussurrar os desencantos
é que me lembram as flores o cheiro da água
e que trazes um terraço no lugar do coração

Quando os nossos filhos embalam as bicicletas à beira-mãe
(- o menino já anda só em duas rodas…)
ou descobrem bichos amigos nos canteiros
é que me lembra o tempo que fez o que faz
o que se deus quiser há-de fazer
e que trazes um terraço no lugar do coração

Quando as palavras dormem nos lábios dos velhos
e se repetem e se repetem
é que me lembro que afinal ainda me demoro ao sabor do corpo
e que trazes um terraço no lugar do coração


2 comentários:

  1. De ouro!De ouro, sem dúvida.

    Esse terraço-coração deve estar cheio de canteiros com "o cheiro da água" que rega flores de recordação.

    O. M.

    ResponderEliminar
  2. ... versos de oiro :)
    vaidades suas e com muita razão!
    Singelo e muito lindo.
    Abraço.

    ResponderEliminar