saberei
tudo o que ficou para trás
e
de nada farei queixas.
Batam
palmas, sorriam e finjam que são eternos.
Eu
já não terei essa prorrogativa.
Quando
eu morrer
esqueçam
o bastante para que a minha morte
não
vos seja perturbadora, porque se o for
será
a vossa consciência; a minha estará tranquila.
Comam,
bebam e dancem: a vida estará do vosso lado
e
se isso vos der prazer, a mim não fará diferença.
Pelo
que tenho ouvido, ninguém me irá dar conta
se
é alegria ou tristeza o que vos vai na alma.
Quando
eu morrer
não
pensem muito no assunto:
“mal
de quem vai e mal de quem cá fica”
-
isto não vai ajudar em nada…
Mantenham
a esperança de que tudo vai melhorar.
Mas
lutem por isso, é essencial!
Quando
eu morrer
não
acharão qualquer diferença no que vos é dado para viver:
os
ursos polares continuarão a ter focas para a sua dieta
e
o vosso talher permanecerá no lugar habitual;
a
lua dará as mesmas voltas, apesar do cansaço evidente,
e
ser-vos-á permitido fotografar a lua cheia como sempre.
Quando
eu morrer
será
tudo igual ao que hoje achamos diferente de um dia para o outro.