segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

DAR A MÃO


Por vezes dávamos as mãos e tínhamos prazer

na mão que abraçava a nossa, quente ou fria,

que nos alterava o sentido ao movimento,

ao arrepio do corpo, aos hábitos da alma.

Por vezes dávamos as mãos e o sangue corria

de uma para outra mão, como se os corpos unidos

fossem uma alma só, um fluido de ilusão

adormecido nos dedos, nos medos da criação.

Por vezes dávamos as mãos e tínhamos prazer.