Distante, a velha máquina do comboio a vapor,
dava sinais de impaciência, como quem se apruma;
apitou, lá de longe, fingindo um restaurado vigor
e foi arrastando as carruagens uma a uma.
Primeira… segunda… terceira, eram as classes
em desfile. Fora, os acenos de quem ficava;
dentro, os passageiros exibiam já os passes
e o tempo morria por instantes, não viajava.
Pouca-terra, pouca-terra, pouca-terra…
gemia nos carris, como lamentos, como ais
e é tudo quando esta história encerra,
o velho comboio partiu de vez e não voltou mais.