domingo, 15 de maio de 2016

OS PÁSSAROS


Todas as manhãs nos cumprimentávamos
como velhos conhecidos.
Eu, com o mal ataviado assobio de madrugador,
digo, ainda com hálito semelhante a papeis de música
e julgando o meu gesto por saudação,
mais não suscitava, para além do desassossego,
e eles, pobres deles, respondiam:
davam-me em troca música para os ouvidos
em seu chichorrobio de poucos amigos.
Os pássaros sempre nidificaram no meu peito;
aí cantam melhor ao coração.


Convencido, jurei sempre: os pássaros
nunca assobiam para o lado, nunca!