sexta-feira, 27 de maio de 2016

ANDARILHO


De mim vou tão longe quanto posso. Parto
sempre quando já não me acho graça:
mas não fujo; apenas dou a volta à praça
e depois regresso quando do resto fico farto.

Há dias em que me deixo, outros vou também,
(nem sempre consciente, que às vezes é errar,
julgar que é nosso o próprio caminhar.)
E encontro o meu equilíbrio neste vaivém.

Os caminhos faço-os de presente e de futuro,
se por acaso me encontro ali por perto…
Revejo-me solene, mas é quase certo
que não é a mim; que não sou eu quem procuro.