quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

CORPOS EM ESPERA

Foto de Lucien Clergue

Em síntese, o teu corpo,
o toque macio dos teus frutos
e as ondas e a espuma
e a areia finíssima que invejo.
O teu corpo, em síntese,
os teus lábios saciados,
ciciados no meu peito,
no meu corpo, em síntese.
O teu corpo, em síntese,
a minha febre de viver.
A pele, o cheiro, o fluido
do teu corpo, em síntese,
derramado sobre o meu.

Que é do meu corpo, se é o teu;
que é do teu corpo, se é o meu?