terça-feira, 16 de março de 2021

CANTAR DE AMIGO


O que me mentem as tuas mãos, quando acenas?

Sei lá se te despedes com ganas ou me dizes adeus,

com ares de exuberância imitada ou apenas

fátua negaça,  se me insinuas vem ou vai com deus.

 

Tenho dúvidas, tenho por traquejo muita dificuldade

em saber  se realmente me honras e me tens em alta

ou se apenas é comum em ti dar azo à vulgaridade

de adeusar quem fica e adejar a quem já não te faz falta.

 

Cobro o mesmo: sou amigo de quem sempre fui;

não precisas de fingir, nem te exijo esse empenho

e não tenho pretensões ao que do nada nasce ou flui,

mas apenas do que de amizade  por ti ainda tenho.