Nove sóis de luz
nove sóis de março
‘inda mal eu nasço
já além me pus
já além me pus
Nove vilas corro
nove vilas venço
e não me convenço
que um dia morro
que um dia morro
Nove ais de mim
nove encruzilhadas
mil enganos nadas
há-de ter um fim
há-de ter um fim
Nove meias solas
nove quase amores
novecentas dores
nove carambolas
nove carambolas
Nove águas turvas
nove nuvens rasas
dai-me as vossas asas
às primeiras chuvas
às primeira chuvas
Nove bem contadas
ao longo dos anos
sem contar enganos
nove bem contadas
nove bem contadas
Nove luas d’água
em que fui refém
dentro da minha mãe
nove luas d’água
nove luas d’agua
Nove luas novas
nove luas cheias
são como colmeias
novas caras novas
novas caras novas
Nove vidas nove
vividas uma a uma
sem pressa nenhuma
nove vidas novas
nove vidas novas