domingo, 15 de dezembro de 2019

O TEMPO DA ROSA


Explodiu uma rosa na palma da minha mão;
desfez-se em pétalas, letal estilhaço,
não tinha espinhos nem males de insolação;
foi de repente, explodiu de astenia e de cansaço.

Cansaço de não ser mais nada além de rosa…
Nunca como antes: apetecida rosa em botão
crescia no jardim, alteada pelo caule, viçosa,
jamais como depois, solitária rosa de imitação.

Será plástico, perguntava quem lhe passava a mão,
que artesão foi capaz de obra tão perfeita?
- Antes morta me quero, a este aperto de coração!
E assim explodiu de dor, na minha mão, desfeita.