Os pauliteiros musicam,
dançam, saltam, encantam,
como há os paus que brincam
e brincando se levantam.
Há poetas que, neste exercício,
andam aos paus, pantomimas…
Eu ponho paus desde o início
e assim faço as minhas rimas.
E há paus de ensino,
paus juntos que viram ripas
e outros de corte fino
que são paus de virar tripas.
Aos caras de pau, simulados,
vistosos mas de fundo mau…
sobre esses paus mandados
o melhor é pôr-me a pau.
Há os nobres, com brasão,
os paus de canela e quebranto,
que são de outra condição,
para não falar no pau-santo.
E de pau chega por ora,
que é uma forma de dizer:
não sou dos que por aí se arvora
de ser pau p’ra toda a colher.