Volto à terra, aberta e húmida, senda
ancestral das
bétulas naturais , que o vento
sacoleja em jeito de ternura e saudação.
Agitam-se agora, parece-me que sorriem
como as rosas
prematuras dos quintais.
O céu veste-se de nuvens, nimbos agitados,
e o meu olhar aceita a deriva daquela mutação.
Vem lá chuva – penso – para de novo inundar
a terra e o meu inconsequente desprazer.
Às vezes, o trilho assemelha-se a um rio de lama
mas, sem perder o norte, orienta-me os passos
e a pressa de tocar a flor das bétulas,
que por certo me saúdam ao longo do caminho.
Resta-me a esperança de que tudo isto seja real
e de que haja flores, mesmo de chumbo,
em cada atalho ou vereda por onde passe.