Uma
mão cheia de terra
é
todo o mundo e é nada;
uma
semente que espera
na
mão de terra encerrada.
Tem
a ciência concisa
e
até a luta de classes
e
a proporção precisa
de
ácidos, de sais e bases.
Tem
até um sol aceso
num
universo de estrelas.
Tem
volume, forma e peso
sem
contar com bagatelas.
E
nada mais tem, tendo tudo,
que
para tal não falta tema,
tendo
a terra e, contudo,
não
mais que este poema.
Eis
a verdade que encerra
este
universo, em suma,
uma
mão cheia de terra
é
tudo e coisa nenhuma.