domingo, 15 de março de 2015

PAUL ÉLUARD


As estatísticas revelam que a France Presse
e mesmo a Reuters te citam apenas uma vez
por cada duas em que comentam ou evocam Apollinair,
meu caro Paul Éluard, ou Grindel, como quiseram
que fosse o teu nome de família.
As estatísticas só servem para indignarem
aqueles que gostam de ti,
talvez porque não queiram arrebatar à morte
a tua visão da vida, e tu deixaste de gritar
no ano em que eu nasci, há sessenta anos, Paul.
O teu combate, a tua dor, a tua voz e o teu amor
nos poemas que me debruavam os lençóis 
de adolescente sobrevivem ainda hoje
na minha memória crítica e lúcida como os teus versos.