sexta-feira, 20 de março de 2015

À CHUVA


Às vezes chove e eu vejo essa água molhar-te,
impiedosa. Na cidade é assim: a chuva molha
cruelmente as pessoas, desfigura-as
até se confundirem com a desumana chuva.

Aqui, na horta que frutifica na minha memória,
é uma bênção. Podia chover o ano inteiro,
que seria sempre bem-vinda a água. E mais não digo,
enquanto não estiver completamente enxuto.