quarta-feira, 21 de setembro de 2011

SONETO PERVERSO


Vai ser bonito quando chegares
e vires as palavras do serão:
deitaram-se às rimas, aos pares,
como se agita a fé em procissão.


Por fim, era já mais o desnorte,
batendo a via sacra em arraial,
de pavio aceso, valha a sorte,
velavam um poema artesanal…


Afinado o coro metricamente
- ‘inda obra tosca, inacabada –
que de ti era oração independente.


Hás-de ver, poesia, a abençoada
lira, a um só tempo ateia e crente,
faz chorar as pedras da calçada…