quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

COIMBRA


Amava Coimbra, até como a si mesmo,
e todas as promessas eram em si postas:
- um dia perco-me e subo a esmo,
nem que por ti escale o quebra costas…

Eu galgarei as margens loucamente!
Amanhã bato-te à porta em segredo...
Dizia, apaixonado, caudalosamente,
por basófia, ‘inda no leito, o rio Mondego.

Na manhã seguinte, trinando a madrugada,
já se omitia, da véspera, tão ousado.
Era apenas fala, sina, noite mal passada;
destino presumido no seu fado.

4 comentários:

  1. Gosto de Coimbra e
    também andei pelo quebra costas
    mas gosto, ainda mais,destas palavras.
    Um abraço

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  2. Coimbra dos poetas...

    Só mesmo um para "inventar" esta história de amor entre ela (Coimbra) e o Mondego.
    Más-línguas... Ou talvez não!

    Lindo!

    Um beijo

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  3. João, mais uma vez nos deslumbras com as tuas palavras. E estas que são, certamente, uma homenagem ao Grande Zeca Afonso, são muito belas.
    Por isso e pela nossa amizade: dois abraços
    Ana e Joaquim

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