ARTE POÉTICA
Escrevo o que escrevo. Não faço fretes:
poesia é remover a nata duma alsaciana;
comer-lhe, sôfrego, a cereja freudiana,
sem receio da malvada diabetes.
Mas julgará bem quem por si julga
(tal e qual: sem ponto de interrogação):
prefiro mil vezes a inquietação
à baldada morte por coice de pulga.
Há, naturalmente, a congénita inspiração
que brota, torrencial, qual esguicho,
a que o poeta induz a douta orientação,
mais ou menos assim: aí, oh… bicho!
Mais não consta, salvo um amargo gosto
de boca. Em parte, por este início ser o fim
de algo que quase não se conhece o rosto
e podia muito bem não acabar assim.
Aguardo novos posts...
ResponderEliminarUm abraço amigo.
Joaquim Cardoso Dias
e podia não acabar assim
ResponderEliminarcomo o rosto fugidio do poema...