Precária, a gota de suor,
percorre-me a face,
segue as rugas em redor,
titubeia ante o desenlace.
Volteia com destino à vista
num itinerário fecundo,
de nada vai à conquista
e nada sabe do mundo.
Perde-me, por fim, o rasto,
sendo ainda parte de mim
ou sou eu que me arrasto
e me fujo com outro fim?
Cai por acção da gravidade,
é já uma gota fria,
e finda a sua sagacidade
perde toda a poesia.