Ontem, já noite de pijama,
deu-me para escrever um poema a partir do nada.
Meio acordado, deitado na cama,
confesso que não lhe achei grande piada.
Levantei-me, que a poesia assim obriga
e adora ser apaparicada,
meti qualquer coisa na barriga,
voltando depois à empreitada.
O qualquer coisa que é nada
(como bem sabeis) deu-lhe para tomar jeito
e já rompia a madrugada
quando concluí: nada feito!
Perguntam-me: se nada fiz, porque partilho,
mas tudo tem a sua razão de ser:
livro-me deste peculiar espartilho,
e de vós terei um deixa lá, vamos lá ver.
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