terça-feira, 8 de maio de 2018

ALEXANDRE O'NEILL


Por causa do pardilho, ainda o peixe,
tiveste – sabias lá! - direito a eleição.
E de toda a obra, o maior ensejo,
de ombro na ombreira, dizer não.

Como hipótese surreal de refeição,
digo, fome, eis, O`Neill, o que vejo:
uma fatia assimétrica de pão
com outra em cima, que é o queijo.

Tenho um fraco: não sou capaz
de te fazer de farrapilha ou bom rapaz,
porém, de modo algum incorrecto.

Mas há nisto coisas boas e más:
jamais quis escrever este soneto
e agora que o fiz fica incompleto.