domingo, 26 de abril de 2015

ABANDONO


Secos, secos, amargamente secos,
os rios que, longe daqui, me corriam na memória.
Às vezes o sol parecia mergulhar comigo;
às vezes o sol e a água eram a mesma coisa.
Assim, tive de abandoná-los,
para o sol deixar de me queimar as entranhas
e a água me invadir e voltar às correrias
de pedra em pedra,
roçar os salgueiros das margens e levar-me,
folha seca, até à foz.