sexta-feira, 1 de outubro de 2010

SEM PEIAS


Os crocodilos choram, estou comovido
e choro com lágrimas de suprimento,
que as minhas secaram já em tempo ido
e a comoção não tem lugar no orçamento.

Quero agora ser comum marginal,
capaz de resistir e dar o peito á luta:
quero gritar aos repteis que me sinto mal
e chamar-lhes, sem peias, filhos da puta!

6 comentários:

  1. Bonito poema e muito actual. Nem precisava de ter ilustrado com essas fotos. Foram lágrimas de crocodilo e outros repteis sem nome. Esses desgraçados nem merecem ser filhos da .....nem ...

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  2. Ainda na tentiva de enxugar algumas lágrimas...

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  3. É indiscutível que uma causa ou uma revolta embelezam ainda mais toda poesia. Parabéns!

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  4. crocodilos, lobos, leões e tantos outros,
    carnívoros que nos consomem a carne.
    Predadores de incontrolável fome,
    aproveitai o tempo da fartura.

    De mim não consumirão,
    mais que a carne e ossos.
    A vontade, verdade e liberdade,
    são minhas e inconsumíveis.

    A luta reside no inconsumível,
    força do que é invencível.
    Enquanto respirar, enquanto voar
    nunca irei perder o sentido ao céu.

    Que comam os predadores,
    meus ossos e carnes podres.
    Que de indigestão morram.....

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  5. Cheguei para ficar!

    Passo muitas vezes em silêncio mas hoje puxei aqui de um banquinho, sento-me para tomar um chá ou um café e saboreio este teu compo de poema
    Por entre poemas que fazem sorrir, outros há bem diferentes
    Este ... com um sabor amargo
    A ver vamos mas chorar não adianta
    Adiante e tentemos resistir
    Caminhando

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