terça-feira, 25 de agosto de 2009

ESTE MUNDO E O NOSSO


A certa altura, o buliçoso rapaz
esquadrinha o bolso dos calções,
e, entre o pechisbeque e dois piões,
descobre que o pretérito perfeito,
é o tempo que menos falta faz.

O que importa agora é o sujeito,
e ao que teve pode acrescentar
perto ou longe, os advérbios de lugar,
os caminhos por andar, a fantasia,
e tudo o que de mais tiver proveito.

É o princípio dos verbos a conjugar
muito além da física quântica
e, sem preocupações de semântica,
opor à regra a lei da utopia:
- Ninguém morre sem eu mandar!

8 comentários:

  1. Olá Poeta! Bom Dia!
    Teus escritos são sempre uma caixinha de surpresa! Parabéns por mais este! Muito bem escrito e original que acredito ser tua principal marca! Tenha um bom dia!
    Te convido a ler meu Sopro de Esperança!
    Beijos Luz! Ro

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  2. Ah! A infância só entende os verbos em tempos de fantasia...
    Adorei este poema, tão certinho que parece ter-se feito a si próprio.

    Um beijo

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  3. Oi João, Voltei! Temm um selinho pra ti no meu blog, passa lá pra pegar ok! Bjo, RO

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  4. Amei o que lí...
    Uma poesia conjugada gramaticalmente com perfeição poética...
    Um lindo dia Jõao!!!
    BJKS...
    Chrys
    ;)

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  5. Olá, João

    Hummmmm :)
    Váatão!
    Saboreando este rebuçado de meio tostão...
    GOSTEI!

    «Se per miracolo io fossi il sole,
    Per te soltanto risplenderei
    (...)

    Perché io ti darei profumi e petali della primavera
    Se per miracolo fossi una rosa...»

    E,se por milagre, este mundo e o nosso se cruzarem...
    Ao que tivemos, acrescentemos esses caminhos por andar...
    Então, que ninguém "morra"!
    E renascendo a cada amanhecer, haja essa alegria de viver!

    (Há tantos verbos que esquecemos ou fingimos já não lembrar de como se conjugam!)

    Uma boa tarde
    Beijinhos,
    MJ

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  6. Esta é uma lição que os meninos todos já sabem, mas esquecem depois que crescem... Que bonito, João. Beijo.

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  7. Bom regresso à actividade. Já se sentia a tua falta.
    Quando olhei para a imagem lembrei-me que tenho nos meus jogos um pião e que de vez em quando ainda gira. É um regresso à meninice.

    Um abraço

    Paco

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  8. "Ninguém morre sem eu mandar!", quando dito por crianças, é ótimo (por outros, em tempos, p.ex., de ditaduras, pode ser perigoso..). Obrigada pelo lindo texto que postou nos comentários. O português É realmente múltiplo. :-)

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