quinta-feira, 11 de novembro de 2021

POEMA ECOLÓGICO DE NATAL


Um dia destes enfeito-me de azevinho,

bagas vermelhas em cima e aos pés caruma.

Vestido assim, (a ver se adivinho):

humana árvore de Natal ou coisa nenhuma.

 

De azeviche não, (ai a língua portuguesa!)

à maneira sóbria das damas antigas,

fazendo sinal da cruz quando se sentavam à mesa

e no decote exibiam  um atado de figas.

 

Visto-me assim de vermelhos frutos,

que da natureza sou  e de vermelhos gosto

e sem vaidade digo: são gostos mútuos;

de hipocrisias basta, é nisso que eu aposto.