segunda-feira, 30 de setembro de 2019

REMORSO


Ao derradeiro homem a derradeira árvore,
ela já sem raiz, um galho moribundo
e ele trespassado de remorso.
A vida, sem regresso, acaba neste instante.

Perdeu-se a nostalgia e o desencanto
e as lágrimas já não nos pertencem;
foram choradas, foram o passado de melancolia
e não restaram para os pêsames ensaiados.

Tudo era falso, incluindo as boas vontades,
o medo que tudo se perdesse e o amor jurado.
Tampouco faz sentido dar nome ao quer que seja,
nada existe já, tudo é fingido como sempre.