segunda-feira, 14 de novembro de 2016

POEMA DIURNO


Não nasce a noite em lugar algum:
a noite é somente a morte de mais um dia;
o intervalo vazio e escuro
entre o entardecer e a madrugada.
Não nasce a noite em lugar algum:
dar à luz supõe a claridade do dia;
a treva, o sono eterno e sem regresso.
Agora mesmo fujo à escuridão da noite,
aos pavios e néones de imitação
e navego no meu barco com o mundo inteiro
à bolina e ao sol que além me espreita.