segunda-feira, 2 de novembro de 2015

MONDEGO


Amava Coimbra, até como a si mesmo,
e todas as promessas eram em si postas:
- um dia perco-me e subo a esmo,
nem que por ti escale o quebra costas…

Eu galgarei as margens loucamente!
Amanhã bato-te à porta em segredo.
Dizia, apaixonado, caudalosamente,
por basófia, ‘inda no leito, o rio Mondego.

Na manhã seguinte, trinando a madrugada,
já se omitia, da véspera, tão ousado.
Era apenas fala, sina, noite mal passada;
destino presumido no seu fado.