sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

MONDEGO


Amava Coimbra, até como a si mesmo,
e todas as promessas eram em si postas:
- um dia perco-me e subo a esmo,
Nem que por ti escale o quebra-costas.

- Eu galgarei as margens loucamente!
Amanhã bato-te à porta em segredo.
Dizia, apaixonado, caudalosamente,
Por basófia, ‘inda no leito o rio Mondego.

Na manhã seguinte, trinando a madrugada,
Já se omitia, da véspera, tão ousado.
Era apenas fala, sina, noite mal passada;
destino presumido no seu fado.