quinta-feira, 8 de agosto de 2013

GÉNESE


Nada nasceu do nada, nada singrou do vento;
tudo tem pai e mãe, o que tu és e eu sou agora
tem um princípio, uma matriz, uma semente
e não valem escusas, deixar nada de fora.

O que és, és. Outros são o que são. E tu não és
o que os outros são. Tu és tu e isso é quanto basta
todos somos um risco, um recomeço, resvés,
sejas preto, branco, amarelo ou de outra casta.

Se assim não for, se não entenderes assim,
então é porque não existes, não és dos meus.
Serás bastardo, coisa rara, animal extinto ou ruim,
talvez caso perdido, bicho medonho ou deus.