domingo, 17 de fevereiro de 2013

AR(R)ANHÕES



Compram candeias
por trinta dinheirias,
depois cobrem de teias
ministérios e sacristias.

Sugam-nos as veias
nas noites dos dias,
como centopeias:
traiçoeiras, esguias.

Estendem-nos o manto
como em procissões,
tecem o encanto.

E nós, que tecelões!
Tecemos em cada canto
a penumbra dos serões

(assim comecei, em 1972, e não desisto)