terça-feira, 1 de janeiro de 2013

SONETO A SUL



Espreita-me o sul de qualquer lado;
nem tanto o norte, meu vizinho.
Terão os cardeais de mim suspeitado
que andando faço caminho?

Como o caminhante de Machado,
preso a norte, de raiz, de terra e luz,
é o sul que me traz acorrentado,
que com apenas vê-lo me seduz.

Errante como o vento enquanto dura,
de Ítaca não esperando mais que sê-lo
para a ter por sítio e sepultura

ou então trincheira, muralha, castelo
de guerreiro encarcerado n’armadura,
cuidando o seu destino ao setestrelo.