domingo, 9 de outubro de 2011

POR UM SÓ MOMENTO


Por um só momento quero ser
o odor moribundo da cera lentamente
derretida
e em plena procissão vestir
a pele dum deus vermelho e alquimista
que, sobre a finura da custódia,
solene, para que me sintas mágico;
mágico, para que me sintas o hálito em chama,
te iluda o cântico
e, enfim, possas caminhar de pé.
Por um só momento quero duplicar-te
frente a frente,
para que chores a tua alma
subaproveitada.