sexta-feira, 1 de julho de 2011

A/C DOS AMIGOS QUE TENHO E QUE ME TÊM


Um dia destes atiro os poemas ao ar
e dou um grito. Não sabereis de tal asneira
pelos jornais, mas antes
por alguém aflito a protestar
pelo entupimento da caleira.


Poesia é os versos
que escorrem do telhado e não os meus papeis
perversos, o pergaminho,
que entopem pingo a pingo
o algeroz do vizinho.


Ah! Atendam a criatura. Por mim
é tarde demais, sem demagogia.
Acudam a quem sofre de sérias aflições,
não aos versos em papel
e literatura afim:
estou nas tintas para qualquer antologia.