segunda-feira, 13 de junho de 2011

AS TARDES

O cabaz de cerejas foi-me enviado pelo meu amigo Mário Quintas. Não o consigo endireitar (na foto) que é como quem diz não o vou levar a sério… Mas isto de cerejas é muito superior às minhas forças. Obrigado Mário. Terei cuidado com os caroços…
Nunca as tomei a sério:
lambuzado de poemas, apertava com força
e descuido o sexo das borboletas moribundas


e subia pelas cordas estendidas
na sombra às cerejeiras que suplicavam
o contacto das minhas pernas nuas,
entrelaçadas na frescura seca
dos seus ramos meigos.


Descia
ainda
abraçado
ao tronco,
farto, meio sujo,
com os lábios tingidos de vermelho
e dois cachos de poemas
pendurados nas orelhas.