quarta-feira, 21 de abril de 2010

A MORTE


Pensar a morte não é coisa d’infante:
não cabe em tanta vida condensada
o fim de tudo, num só instante;
um ápice ou, mais que efémero, nada.

Não há quase neste fatal conceito,
que tudo reduz à insignificância
ou ao trilho que se inicia já feito,
não antes, mas depois da transumância.

A morte colou-se a mim para ficar
(longe ainda d’agonia, a meu ver).
Contraditória, tira vida em vez de a dar
a quem tem mais experiência de viver.