sexta-feira, 5 de março de 2010

MEIA-VERDADE


Arrogante manhã de sol, que queres de mim?
Acaso a minha sombra te aperreia ou atenua;
te apaga ou apoquenta? - Não estou a fim:
dá-me mais bem-estar a noite e escolho a lua.

Porém, mentia se negasse que não invejo
os pérfidos lampejos das tuas asas matinais.
Mas só no canto da penumbra é que me vejo;
somente aí são verdadeiros os meus ais.