quinta-feira, 30 de julho de 2009

HÁ DIAS ASSIM



Olhares - Foto de Raphael o Pensativo



Não, não é púrpura o entardecer de Agosto;
é roxo como nódoa de mosto em toalha de festa.
Não, não é anil o azul que o céu despeja sobre a terra seca
e inconsolável.
Não é rosa o espinho aguçado.
Não é doirado o sol. Esse amarelo queima como licor envenenado,
como brasas e dói como Agosto, como festa, como terra
e como o vermelho do meu sangue que, apesar de tudo, corre
como num rio, a água que se escoa.

4 comentários:

  1. Dias assim não nos fazem mal nenhum, desde que a poesia não deixe de fluir como a água que corre num rio, sem nunca se escoar.

    Um poema de muitas cores não é forçosamente, um um poema "colorido"!
    Gostei muito!

    Um beijo

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  2. Há dias assim. E ainda nem é agosto. Que a poesia nos redima... Que imagens lindas.
    Um beijo, João.

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  3. Lindo, intenso e sentimental teu poema...
    Parabéns João! Beijos Luz! RO

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  4. Que poderei lembrar-te de ti, aqui?!...
    Pois..., não te conhecia esta faceta, este outro lado da tua alma!...
    :))
    Beijo, João!

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